Eu amo o verão. Amo poder ir à praia, comer um picolé de uva, dormir no meu quarto gelado e não sentir falta de alguém pra me aquecer, usar pouca roupa e me sentir bem. Eu amo o outono. Amo ver aqueles plátanos alaranjados na estrada, receber abraços no meu aniversário e usar aquelas roupas meia-estação que ganho da minha mãe e quase nunca uso. Eu amo o inverno. Amo ficar na frente da lareira e sentir os dedos descongelarem depois de usar quatro insuficientes meias o dia inteiro. Amo ler embaixo das cobertas, tomar meu chocolate quente especial ou até uns goles de vinho tinto suave. Eu amo a primavera. Amo ver flores em todo lugar e a três-marias da minha mãe mais linda a cada ano e mais uma vez poder largar de mão aquele monte de roupas. Eu amo chuva. Amo o cheiro da grama molhada, o som da água caindo e a paz que me dá. Eu amo Sol. Amo olhar aquele céu azul e sentir que somos infinitos enquanto a vitamina D penetra os meus poros. Eu amo dias nublados. Amo como me deixam pensativa e o quão bonitos são. Me fascina ver os raios atravessando o céu ou o arco-íris que eu nunca pude tocar o fim.
Eu amo todas as estações, as tempestades, as secas, os mormaços, os frios congelantes do mesmo modo que amo as pessoas. Cheias de defeitos, de manias que me desagradam e opiniões absurdas. Mas eu amo. Amo porque todas elas têm uma coisa que me fascina mais do que qualquer tempo: seu melhor lado. Eu aguento o calor escaldante pra poder me refrescar com uma pedra de gelo. Não vejo a hora de ver os plátanos, mas ainda não terminei de ver as flores! E sei que vou sentir saudade delas se logo puder vê-los. Eu quero descobrir mais “melhores lados” que me façam apreciar, aceitar ou até sentir falta dos piores. É por esse e outros motivos que quando eu vejo um pano de prato sujo no balcão ou uma espátula suja de manteiga e doce de leite ao mesmo tempo eu dou risada. Não me irrita mais. Me faz rir. Me faz rir gostoso. É porque eu sei que eu sentiria falta até das rosetas na grama no inverno.
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