sexta-feira, 24 de abril de 2015

eu poderia descrever cada centímetro

teu e da tua alma. Poderia falar por horas sobre quem tu é, como tu age, sobre os teus medos, ficar horas e horas tentando te fazer sorrir, te mostrando de tantas maneiras o quanto os teus defeitos são insignificantes - mesmo que tu já saiba. Poderia durar uma eternidade enquanto eu tentasse descrever a minha vontade ridícula de te tocar, só por curiosidade, como se tu fosse de outra espécie. Tu riria da minha tentativa de colocar em palavras a minha imaginação da simples textura do teu cabelo, reviraria os olhos de um jeito extremamente irritante e até me lançaria aquele olhar frio tão típico. Ficaria de saco cheio da quantidade de vezes em que eu perguntaria sobre a tua saúde, se tem comido direito, dormido bem ou trabalhado demais. Mas todos esses desejos são ridiculamente insanos e fantasiosos. E eu poderia também passar horas e horas listando os contras que são intermináveis... e o quanto me deixa triste simplesmente não poder demonstrar nada disso, não posso demonstrar que gostaria de ser o teu sabonete, uma das tuas camisas ridículas, o teu travesseiro, o teu perfume, ah, eu queria estar nessas mãos... Se tu soubesse as coisas que a minha mente grita quando te vejo, coisas que tenho que ignorar com tanto esforço. Tanto. Esforço. "Eu te imagino, eu te concerto, eu faço a cena que eu quiser". E, pra ajudar, não só tenho essa fascinação absurda, como sinto uma eterna gratidão, por ser tu a me fazer esquecer, por me renovar. Eu tinha certeza absoluta que ficaria quebrada a vida inteira. Mas não. Então, não me importa o ''impossível", o ''nada haver", o "tu não sabe que eu existo", eu não ligo. Porque além de ter tantas visões tuas, distrativas, incríveis de estudar, tu me tirou do buraco, do vazio. Não aguentava mais ver os outros viciados em dopamina, enquanto eu pensava que jamais sentiria isso de novo. Eu pedi, eu implorei, eu até me peguei rezando por isso. Eu consegui. Do que eu vou reclamar? Do inalcançável? Não. Só... obrigada.... por existir.

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