sábado, 4 de abril de 2015

eu morri a cada segundo

Talvez eu precisasse ser acordada. Será que sempre recebi mensagens assim e não tinha percebido até agora? Tanto tempo... Será que as pessoas perceberam que eu não estava ali, que eu não vi o tempo passar, que eu era um corpo vazio. Aliás, que eu não me reconheço mais? Será que elas perceberam meu olhar perdido? Será que elas tem alguma ideia de como é difícil encontrar um motivo para levantar de manhã, pra sorrir, pra... respirar? Será que elas tem alguma pequena ideia de como me deixavam entediada? Um tédio imenso que preenchia todo vazio. Eu tinha borboletas no estômago, mas veio alguém e cortou as asas das borboletas. Um corte lento e doloroso. Elas faziam parte de mim. Eu senti tudo. As asinhas apodreceram no fundo do meu estômago, seus corpinhos mumificaram nas paredes dele, infeccionou, eu morri. E morri de novo. Morri. E morri até não aguentar mais. Até pedir pra morrer de verdade. E morri de novo, de culpa por querer morrer.

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